Olá Pessoal !!! Hoje eu trouxe para vocês a resenha de um livro cheio de reflexões, desde já peço desculpa se a resenha ficou muito grande, mas é que ela faz parte de um trabalho da faculdade e por abordar um tema muito sério não podia ser resumido mais do que já resumi.

A autora Jennifer Brown vive no estado do Missouri com seu marido e seus três filhos, escrevia colunas humorísticas para um jornal em Kansas City e chegou a vencer duas vezes o prêmio Erma Bombeck de Humor Global, porém seu lado humorístico não a impediu de ser uma autora que sabe muito bem como escrever livros com temas tabus e para o público jovem. No Brasil Jennifer possui três livros publicados pela editora Gutenberg sendo dois livros com histórias próprias e um livro de contos que tem a participação de outras quatro autoras.

Claro que não podemos comparar o sucesso Jennifer Brown com autores de romances contemporâneos que são nomes sólidos na indústria literária, como Nicholas Sparks e John Green, que tiveram mais de uma de suas obras adaptadas para o cinema, e apesar de sua escrita ser fluida, cativante que sensibiliza os leitores e os temas que ela aborda são problemáticas reais, ela ainda é uma autora novata em ascensão.

A lista negra é seu romance de estreia e conta a história de Valerie uma adolescente que tem uma mudança na sua vida de 360 graus, tudo por conta da atitude que seu namorado toma a respeito de acabar de uma vez por todas com o bullying que o casal sofre. A trama começa com o caos estabelecido dentro da praça de alimentação do colégio Garvin, Nick um adolescente até então inofensivo abre fogo contra colegas da escola, mas não qualquer colega, somente aqueles que tem o nome escrito em um caderno espiral vermelho conhecido por ele e por Valerie como a Lista Negra,  que levou a óbito vários alunos e um professor muito respeitado no colégio,  e também vários feridos, incluindo Velerie que levou um tiro na perna justamente no momento em que Nick apontava para Jessica Campbell, a aluna que mais usava de hostilidades contra eles, Valerie se jogou na frente de Jessica salvando a vida dela,  e Nick cometeu suicídio depois disso.

Infelizmente tiroteios dentro de escolas nos Estados Unidos tem se tornado algo comum, alguns casos que ficaram marcados foi o massacre de Columbine que aconteceu em 1999 que deixou 15 mortos e outras 23 pessoas feridas e o último caso que ocorreu no dia 18 de maio de 2018 foi um ataque em uma escola no estado do Texas que deixou 10 mortos e 10 pessoas feridas. O que podemos perceber é que nesses dois casos os atiradores eram alunos das escolas, e o que eles tinham em comum? Todos assim como o Nick o personagem da história sofriam bullying.

O livro é intercalado em capítulos antes do massacre e depois do massacre, Valerie tenta voltar para sua vida, retornando para a escola e reencontrando ex-amigos e colegas, como autora da caderno que cotiam os nomes de alunos que a chateavam e zombavam dela, algumas pessoas acham que ela bolou o plano junto com Nick e outros à consideram como heroína pois foi só através da sua interferência que Nick parou o tiroteio. A jovem tem que lidar também com o relacionamento quebrado com sua mãe que está insegura com relação a filha e o relacionamento com o pai que simplesmente a vê como coautora do crime e que não quer perdoa-la. E no meio disso tudo ela quer entender por que seu namorado que era uma pessoa amorosa e que tinha amigos pode trai-la desse jeito, já que a lista era uma forma que os dois usavam para extravasar e para colocar toda a dor e revolta por escrito, e o que ela nunca imaginaria que Nick iria além daquelas palavras.

O que é interessante é que o perfil psicológico de Nick foi muito bem traçado, fica claro para o leitor que ele tinha uma mentalidade suicida, mas o que a autora nos estinga a pensar é que nós nunca vamos achar que algo desse tipo vai acontecer com a gente e muito menos que a pessoa que amamos seria capaz de tal ato, fica difícil julgar quando nos colocamos no lugar da Valerie, ela lembra de um Nick carinhoso, companheiro e o que as pessoas conhecem é somente o Nick monstro.

Claro que como estreia ficaram algumas pontas soltas e alguns personagens precisavam ser melhor
trabalhados, até mesmo algumas atitudes de Velerie deixavam a desejar, mas a mensagem que o livro aborda e como ele foi muito bem ambientalizado na vida escolar das vítimas, a ajuda profissional que a protagonista teve, o medo diário que mãe sentia em encontrar o corpo da filha pendurado deve ser discutido principalmente com adolescentes que são alvos de bullying quase que diariamente nas escolas e muitas vezes essas agressões são negligenciadas. Por que seja transtorno mental, pensamento suicida ou depressão, não podemos negar que muitos desses ataques e tragédias poderiam ser evitados se não varrêssemos para debaixo do tapete assuntos desse tipo.